quinta-feira, 17 de setembro de 2015

LEMBRANÇAS DA JUVENTUDE


 

 

LEMBRANÇAS DA
JUVENTUDE.

 

Certo dia perguntei a meu pai sobre os antepassados:  - Quem sabe fossem pessoas importantes na Europa? Será que sobrou alguma herança? E mais um montão de fantasias que a mente da juventude sempre traz à tona.

- Não aconselho, disse ele, poderás encontrar piratas, ladrões e presidiários caso fuce onde não é devido. De minha parte sei até meu avô de quem já te falei. Já está bom.

Hoje, com a idade que avança, sei que ele estava certo. Poderemos achar pessoas importantes, talvez? Mas certamente acharemos muita gente desagradável nos transmitindo genes. Vamos pensar:

Estes dias localizaram mais uma espécie de homo. Passa de uma dezena o número de ancestrais extintos da nossa espécie. Como desapareceram?

Foram mortos e aniquilados, certamente! Lembremo-nos que éramos antropófagos até pouco tempo. A luta para manutenção da espécie era de vida e morte, não havia mudança genética que se perpetuasse se não fosse em guerra [aliás até hoje nossa espécie não passa um dia sem guerras]. É claro que para sobreviver meus ancestrais tiveram que lutar e matar.

Apesar das religiões, num gesto louvável, pregar que os mansos e puros de coração serão os escolhidos, no real de nosso mundo não são eles os sobreviventes; quem sobrevive é o que rouba, trapaceia e mata. Esta é minha e nossa herança.

É melhor deixar quieta esta lembrança da nossa ancestralidade; salvo para estudiosos que tentam corrigir a humanidade futura. De resto é uma arriscada curiosidade.

 

17/09/15

Tony-poeta

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