sábado, 8 de novembro de 2014

BILHETE NA CALÇADA - versos livres -



BILHETE NA CALÇADA.


- Eu TE amo!
Dizia o papel que pela calçada rolava.
Apenas: - Eu Te amo!
Três palavras
Que na sequencia plena
Tudo falava.

O bilhete
Já marcado pelo tempo...
[Talvez há dias ao relento]
Letras de mulher desenhadas
Com todo capricho e vigor
De uma jovem apaixonada.
 Tocou em meu ser, bem no fundo,
Eu, que andando neste mundo
Procurando não sei o quê
Tal declaração marcava
Um rumo a caminhada
Uma ânsia de viver.

Quem será o ingrato
Que desprezou tal juramento?
- será que o perdeu por acaso,
Quem sabe num ato tresloucado
Num momento de tormento
Que esqueceu a amada
E caminhou no sofrimento?

Nesta paixão tão declarada
Será que o amante chorou...
Talvez a amada,
Sentindo-se desprezada
Neste ato inconsequente?

Será que cada um dos caminhos
Para se cruzarem tenham espinhos,
Vendas nos olhos
E, choros inconsequentes?

O papel tremeu em minhas mãos:
- Será que neste mundo
Existe o caminho da emoção
Longe da balburdia da cidade?

Olhei bem:
Este papel pequenino
Tinha um certo destino
Que a mim não pertence,
Uma declaração de amor
Tão sincera e ardente
Não pode ser trocada
Por um transeunte na calçada.

Joguei a mensagem
De volta para a rua:
- ele que busque seu destino,
E satisfaça o amor
Da musa apaixonada.

08/11/2014
www.tony-poeta.blogspot.com



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