quinta-feira, 15 de maio de 2014

LUA CHEIA - crônica.



LUA CHEIA



Na sacada eu e Lacan, meu cão, comíamos amendoim, sim Lacan adora amendoim, e olhávamos a lua.
Esta estava cheia, bem próxima a terra dando para percebe-la como esfera brilhante, solta pelo espaço, livre, juntinha a nosso reino complicado.
- Lacan, vamos a lua... falei.
Seu olhar canino de mil palavras assentiu que sim.
Tão próxima estava que pensei alcança-la. Cheguei em pensamento, eu e meu cão e ficamos olhando a terra e seus agitados e tensos habitantes. Corriam feito loucos em seus carros, sempre blasfemando.
Resolvemos explorar o outro lado do satélite: este canto longe de nosso planeta não deve ser contaminado pela agitação; aqui, até o solo sente o tremor da vida da Terra.
Do outro lado havia paz, havia vida, havia amor, estranhas criaturas se movimentavam lentamente ao ritmo de um minueto, transparecendo paz.
- Como podem vocês aparentar tanta calma e tanto amor? Perguntei a um transeunte sorridente.
- No dia em que aprendemos que temos um inconsciente comunitário e, que se todos tiverem Paz, reinará harmonia.
É neste momento que poderemos cumprir nossa função no breve espaço de nosso tempo, a missão da vida é viver. Só há vida plena se a harmonia guiar.
Agradeci, eu e meu cão olhamos incrédulos. Todos em confraternização, ingênuos diria, usando a linguagem de nosso planeta. Como se vive sem falsidades? Pensava eu e transmitia a Lacan também impressionado no seu saber canino...
- A janta está pronta, gritaram da cozinha.
- Lacan correu e acompanhei voltando para nosso mundinho de inveja e de petróleo. A Lua nos olhava compreensiva solta no espaço.

15/05/14
Tony-poeta


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